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Tenho sempre uma sensação de vazio, é o lugar onde ela devia estar.
Sentia-me triste pela morte da minha irmã e uma sombra de culpa por ter sobrevivido eu e não ela.
Houve uma fase em que tive uma amiga imaginária secreta. Olhando para trás acho que era a minha irmã Carly."
Todos os gémeos que perdem o seu "outro self" no útero ou pouco depois do nascimento sentem essa perda como a Holly descreve. TODOS os gémeos estão ligados... (comentário ao artigo)
A afirmação de Holly que me parece inspiradora para nós é:
Demorei muito tempo para aceitar as circunstâncias do meu nascimento e para me orgulhar delas. Mas foram essas circunstâncias que fizeram de mim aquilo que eu sou.
Notícia retirada do blog wombtwin survivors
Uma amiga falou-me da sua experiência de adopção de uma gémea e da imensa energia curativa que essa relação lhe trouxe:
Eu recomendo vivamente a adopção de um gémeo porque nospermite sentir a gemelaridade (a nossa verdadeira natureza) que está guardada na nossa memória celular.
Como a minha gémea adoptada viveu muitos anos com a sua irmã gémea, pode mostrar-me como é ser-se gémea, experiência que eu nunca tive porque a minha irmã gémea morreu à nascença e eu tive que viver como um indivíduo singular toda a vida. Em contrapartida eu pude mostrar-lhe como é ser-se singular porque ela não tinha identidade própria. Quando a sua irmã morreu ela sentia como se tivesse morrido também, apesar de ter marido e filhos! Foi nessa altura que nos encontrámos e depois passamos cinco anos a brincar às gémeas.
Surpreendentemente, apesar de eu viver em Nova York e ela na Califórnia, tornámo-nos "gémeas psíquicas" - ela ligava-me a dizer "Eu perdi minha carteira, onde está?" e eu dizia-lhe para "ver atrás da cadeira ao lado da porta". Estávamos em sincronia, aconteciam-nos as mesmas coisas que acontecem aos gémeos.
Há dois anos, no dia do meu aniversário, uns dos meus melhores amigos levaram-me a jantar fora, e a ver um filme. Eu estava muito emocionada e divertida quando inesperadamente, uma imagem na tela do cinema desencadeou em mim a memória da estadia na maternidade, quando 24 horas depois do nosso nascimento a minha irmã morreu. Isso provocou-me uma reacção corporal - corri para a casa de banho e comecei a vomitar, a tremer a e suar e não me conseguia recompor. Telefonei à minha gémea adoptada da Califórnia do meu telemóvel e disse: "Estou a ter um ataque de pânico, eu preciso de ouvir a tua voz, basta começares a falar, diz qualquer coisa" e à medida que ela ia falando a corda do balão começou a puxar-me de volta à terra e eu consegui sentir meus pés de novo no chão. Fiquei chocada com a violência e a rapidez com que tudo aquilo sucedeu devido a um flash de memória. Embora assustada, fiquei contente por ter purgado o que quer que fosse. Sinto-me melhor desde então, apesar de nunca me ter apercebi da iminência daquele episódio.
O facto de ter tido a minha gémea adoptiva para me assegurar que estava viva e me confortar naquela aflição foi uma sensação tão boa.
Foi das fases mais divertidas da minha vida. Se eu não tivesse tido esta maravilhosa experiência acho que hoje estaria mais limitada. Ela ajudou-me a saír da estagnação para me preparar para a viagem seguinte - a de finalmente começar a experimentar a minha verdadeira natureza própria e individual.
Este relato sincero e comovente ilustra o texto de 20 de Setembro da Drª Nancy Greenfield: como sente uma jovem que perde a sua irmã gémea!
Gémeas :( Tenho tantas saudades tuas. Como nos foi acontecer uma coisa destas? Porque nós somos gémeas e devíamos estar juntas. Passamos toda a vida juntas, e agora? Não aguento estar sem ti, pensava que sim, mas não. És a minha segunda metade, a minha gémea. Nunca deixamos que nada se metesse entre nós, sempre estivemos unidas. E agora? Agora já não estás comigo. Tu sabes que eu preciso de alguém que tome conta de mim e me diga como continuar. Eu preciso de ti, fazes-me falta. Sinto falta de falar contigo sobre tudo e nada. Sinto falta de quando vinhas para a minha cama nas noites de trovoada. Sinto falta de estar dia e noite contigo. Sinto falta de quando te zangas e te atiras a mim; quem diria! E dos miminhos, já não tenho ninguém em quem me enroscar e fazer festinhas. Já no jardim de infância fazíamos das nossas. Estávamos sempre juntas! Mesmo não sendo nós sempre uma só alma e um só coração, depois de cada briga voltávamos sempre a fazer as pazes. Tenho saudades tuas e quero voltar a brigar contigo. Quero que voltes a ficar furiosa e te atires a mim de novo. Que volte a ser tudo como era dantes, e que voltemos a estar juntas. Quando se passava alguma coisa comigo, tu estavas sempre do meu lado. Desde que desapareceste é tudo diferente. Quero que me voltes a dar miminhos. Como é que nos puderam fazer uma coisa destas? Eu não aguento a tristeza de estar entregue a mim própria. Porque eu gosto tanto de ti. Gostava tanto de voltar a estar contigo. Sinto a tua falta. Um beijo da tua gémea.
Gostava de sentir
o que tu sentiste
quando morreste e não saiste.
Gritavas no escuro
e ninguem te ouvia
era a vida que tinhas que te fujia.
O calor tornou-se frio
assim fiquei eu
com um pouco de morte sombrio
sem saber o que te aconteceu.
Um beijinho do teu irmão gémeo Manuel.
No dia do meu aniversário e da tua morte.
Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos… Chegada da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver, em nome da terra, no fundo p´ra te merecer, recebe-me bem, não desencantes os meus passos, faz de mim o teu herói…
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo, o que não vivi, hei-de inventar contigo, sei que não sei às vezes entender o teu olhar mas quero-te bem…
…Vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal…
Uma vez (SEPARAÇÃO)
…Uma vez era o rei e o bobo, separaram-se até mais ver, mas não deixaram de se corresponder.
Uma vez era o belo e o monstro, também esses fizeram planos de nunca mais deixarem de se entender.
Conheço alguém de quem mal me consigo lembrar. Abençoado quem tem quem de vez em quando o venha visitar …
Finalmente a sós (TRISTEZA)
Ao meu encontro na estrada (ABANDONO)
Disseste que vinhas e não chegaste, mudaste de planos, ok
Mas isso deitou-me tão abaixo, espero que tenhas pensado bem, estou triste que só eu sei preciso de alguém…
E agora toca a arranjar o buraco que eu tenho no coração…
Pensei tanto em ti que não calculas, de manhã, à tarde e ao anoitecer…
Lobo malvado (CULPA)
Eu fui um lobo malvado, entrei em casa da avozinha e instalei-me na caminha contigo a meu lado.
Depois mostrei-te a cozinha, fiz-te passar um mau bocado com medo de ficar sozinho…
És bem vinda, amor …
Mais tarde soltei a fera, mostrei-te o meu corno penetrante, com ele espetei contigo na rua …
Balada de um estranho
(CONFUSÃO/CULPA)Temos agora também um fórum de discussão no Yahoo, para dar oportunidade a todos os participantes nos Workshops da Althea de trocarem ideias, sentimentos, dúvidas, enfim, para poderem dar continuidade ao trabalho que foi iniciado naquele encontro com Althea Hayton. Aqui no Blog, do lado direito mais a baixo têm um botão de acesso ao grupo.
Na cultura nativo-americana original os chamados Two Sprits (Dois-Espíritos) também intitulados Twin Sprits (Espíritos-Gémeos) eram indivíduos que apresentavam indefinição de género, quer fosse a nível das características da sua personalidade, dos estilos de vida que escolhiam, da sua opção sexual, ou mesmo a nível dos órgãos genitais.
Conforme a tribo a que pertenciam eles usavam vestes próprias e segundo o que intuitivamente sentiam ser a sua missão eram curandeiros, artistas, profetas, ... Estes indivíduos eram considerados do terceiro género porque não se identificavam nem com as características definidas para os homens nem com as que eram apropriadas para as mulheres. Venerados como extraordinárias fontes de informação sobre a natureza humana, acreditava-se que eles tinham o poder de trazer à sua tribo um maior equilíbrio entre os princípios masculino e feminino.
É interessante observar que para o povo Navajo a história da Criação se desenrola em torno de lendas que incluem numerosos pares de gémeos (entre os Lakota os gémeos eram "wakan" sagrados). Numa das maiores cerimónias dos Cheyenne, a “Dança do sol” que celebra a Nova Vida, eram Two Spirits os líderes do ritual sagrado. Este hino à Nova Vida evidencia a consciência de que a Vida só é possível quando flui a partir das energias mágicas da gemelaridade, aqui entendida como o conceito da dualidade: na vida, no mundo natural, tudo existe em equilíbrio - masculino/feminino, grande/pequeno, luz/escuridão, bom/mau, céu/terra.
Com uma atitude que nutre e abarca todas as coisas dando-lhes protecção e apoio indiscriminados, e uma grande abertura nomeadamente para aceitar e apreciar a complexidade humana, a sabedoria ameríndia acolhia os Twin Spirits ou Two Spirits com reverência e alegria.
Uma ideia que me sugere esta comovente tradição: serão aqueles que perderam irmãos gémeos no útero materno literalmente a morada física de duas ou mais entidades espirituais? e também, terão estas pessoas competências muito próprias, mas pouco exploradas por uma sociedade ocidental que não recebe bem a diversidade e a diferença?
Sugiro que olhemos para a culpa-de-sobrevivente; a lealdade ao nosso pequeno gémeo perdido que nunca teve hipótese de nascer; o desejo de reencontrar na morte a nossa outra metade perecida:
Se eu não quero estar aqui, nem nunca quis nascer; se eu sinto que não mereço estar aqui porque o meu gémeo nunca chegou a conhecer a luz do dia, porque razão tenho de deitar fora a minha vida, de viver num pote de compaixão, e de desperdiçar os melhores anos da minha vida à espera de ser resgatado por algum terapeuta experiente?
Você resiste em viver a sua vida?
Só por um momento experimente dar Graças.
Foi-lhe oferecido este grande presente - a vida.
Não o desperdice nem por um minuto!
Você recusaria os seus presentes de Natal? Era capaz de
devolvê-os sem os abrir? Desembrulhe o presente da sua vida hoje e permita-se recebê-lo.É gratuito. Está aqui e é todo seu.
Se você não o usar ninguém mais o fará; nem mesmo o seu gémeo perdido!
A Associação Wombtwin.com estabeleceu o dia 21 de Dezembro como o Wombtwin Day – O Dia dos Sobreviventes de Gestações Múltiplas ou Gémeos Singulares.
Esta data é uma das três em que é festejado São Tomé, chamado "o Gémeo" na Bíblia. Tomé não é propriamente um prenome, mas sim a palavra equivalente a gémeo, vindo do aramaico Tau'ma (תום). Muito se discute de quem ele teria sido irmão gémeo. A festa Ocidental é a 21 de Dezembro, em igrejas Católicas romanas e sírias é a 3 de Julho, e na igreja grega é a 6 de Outubro.
Nos EUA e noutros lugares, o dia 3 de Julho está já bem estabelecido como a data em que pares de gémeos celebram a sua gemelaridade, pelo que não seria uma data conveniente para nós gémeos sobreviventes. 21 de Dezembro sim, faz sentido por duas razões:
Como forma de comemorar o dia 21 de Dezembro e de recordar o irmão perdido no sentido da cura e do alívio desta ferida, Althea Hayton convidou os sobreviventes a realizarem nesse dia algum tipo de ritual ou introspecção.
As afirmações que a seguir se apresentam foram propostas por Althea como ideias para quem quisesse realizar um ritual e não sabia como, mas como ela própria afirmou, chegava o simples facto de guardar alguns minutos desse dia para recordar o seu irmão gémeo.
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