
A
mãe que não possa ou saiba acolher as emoções do seu bebé, que se sinta assustada
com o que ele expressa, ou que ignore os seus pedidos de ajuda, confunde-o. Numa
situação dessas ele sente-se frustrado e zangado por não ser visto e frequentemente
é aqui que começa a dificuldade de relacionamento com a mãe.
Assim, a figura materna deve estar preparada para ouvir e aceitar a verdade de tudo o que a criança precisar de exprimir. Ela precisará de todo o apoio do pai da criança e de outros familiares e amigos, de modo a estar disponível para cuidar de si própria na relação com o bebé. Ajudar a mãe a ter uma relação pacífica consigo própria é um modo de dar apoio à mãe e à criança para que possam criar mais facilmente um vínculo seguro entre si.
Assim, a figura materna deve estar preparada para ouvir e aceitar a verdade de tudo o que a criança precisar de exprimir. Ela precisará de todo o apoio do pai da criança e de outros familiares e amigos, de modo a estar disponível para cuidar de si própria na relação com o bebé. Ajudar a mãe a ter uma relação pacífica consigo própria é um modo de dar apoio à mãe e à criança para que possam criar mais facilmente um vínculo seguro entre si.
A mãe deve ainda procurar informar-se acerca dos pormenores da ocorrência vivida pelo seu filho, assim como na generalidade, saber o que implica perder um irmão gémeo durante a gestação. Deste modo ela poderá entender melhor a criança, e fazer o seu próprio processo de luto.

O contato físico com o corpo da criança, nomeadamente o colo e o contacto pele com pele, são ainda de grande importância no apoio ao bebé gémeo solitário, porque o ajudam a adquirir mais consciência corporal e consequentemente mais consciência de si próprio. Ao tomar consciência dos próprios limites corporais, através do toque, ele reconhece-se enquanto ser distinto dos outros, aprende a distinguir o que ele é e o que ele não é e mais concretamente, aprende a separar-se do seu irmão falecido.
As
crianças mais velhas, que já falam, podem fornecer muitas pistas do que se
passa com elas, do que procuram, do que sentem, dos seus desejos e medos. É
preciso saber ouvi-las. Este é um exemplo de um relato de um menino de 3 anos:
"Naquele dia ele disse que
estava com saudades da Dália...
Mãe: Mas quem é Dália, filho?
Menino: A minha... prima.
Mãe: Filha de quem?
Menino: Sua, mãe. Ela era minha irmã. Ela morreu.
Mãe: A sério, filho? Quando?
Menino: Quando eu era muito pequenino. Nós brincávamos a nadar no mar. Depois eu fui crescendo e ela foi ficando pequenina, muito velhinha e depois morreu. Agora ela mora dentro do meu coração, como a avó. (A avó morrera pouco tempo antes e a mãe explicou à criança que agora ela morava no seu coração.)"
Mãe: Mas quem é Dália, filho?
Menino: A minha... prima.
Mãe: Filha de quem?
Menino: Sua, mãe. Ela era minha irmã. Ela morreu.
Mãe: A sério, filho? Quando?
Menino: Quando eu era muito pequenino. Nós brincávamos a nadar no mar. Depois eu fui crescendo e ela foi ficando pequenina, muito velhinha e depois morreu. Agora ela mora dentro do meu coração, como a avó. (A avó morrera pouco tempo antes e a mãe explicou à criança que agora ela morava no seu coração.)"
A
criança precisa do apoio da família, dos amigos, de terapeutas, de todos que
possam estar presentes com uma atitude empática, clara, sincera e coerente de
apoio.
Ela
anseia pelo reconhecimento do que interiormente perceciona e recorda,
procura entender-se, tenta processar mentalmente o que sente ao nível da sua
memória sensorial. É fundamental para o seu processo de validação de si mesma confiar no que ela diz e sente. A criança vai crescer em confiança e segurança cada vez que alguém reconhecer que ela foi e é gémea.
Conforme
o caso, poderá ajudar-se a criança a relatar a sua história. As
expressões artísticas, como a dança, a música, a pintura, a escultura, a
expressão musical, teatral são modos de dar forma aos sentimentos indizíveis,
ajudam a sondar o “insondável”. Dar um nome ao gémeo falecido, sentir se era
apenas um ou se eram mais que um, ter um boneco especial que o represente, tudo
isto é muito útil como modo de formalizar a sua existência.
À medida que o tempo passa a criança pode apresentar diferentes momentos de desespero, normalmente provocados por situações “gatilho” que a transportam ao trauma. Nestas situações é necessário estar-se de novo disponível de um modo amoroso para ouvir sem julgar nem impor soluções, sempre respeitando o seu próprio ritmo.
Reconhecer a gemelaridade da criança, isto é, reconhecer o facto de que ela foi e será sempre gémea, é ajudá-la a recuperar a confiança no amor e na vida.