Womb Twin - Portugal

Gémeos singulares são pessoas que partilharam parte da sua vida intra-uterina (na maioria das vezes apenas umas semanas) com um ou mais irmãos ou irmãs gémeos idênticos ou fraternos que não chegaram a nascer. O segredo mais bem guardado até hoje é que o pequeno embrião já tem consciência, já guarda memória.

HAVERÁ PESSOAS GÉMEAS NASCIDAS SINGULARES QUE SOFREM TODA A SUA VIDA, COMO CONSEQUÊNCIA DESSA PERDA DO SEU COMPANHEIRO INICIAL?

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Incompreensão familiar da dor da perda

Mais um testemunho interessante sobre como dói a incompreensão familiar (principalmente da mãe) quando a dor da perda do gémeo não é reconhecida.

O gémeo singular deseja ardentemente que a sua dor seja reconhecida pelos que mais ama, que a sua tristeza seja honrada, que lhe dêem os pêsames pela sua perda.

A história de uma mulher que perdeu a sua irmã gémea à nascença, no Blog Vizinhos de Útero de Jemima Pompeu: http://www.vizinhosdeutero.com.br/2011/11/aline-e-mariana.html

Esta imagem é uma montagem para recriar as duas meninas gémeas...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Vizinhos de Útero



No seu blog Vizinhos de Útero, Jemima Pompeu relata algumas histórias de gémeos sobreviventes, ou gémeos nascidos singulares: ver aqui. Obrigada Jemima!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Gémeos separados pelo 11 de Setembro

No dia 11 de Setembro de 2001 houve também quem passasse de gémeo a gémeo sobrevivente.

Entre os cerca de 3.000 mortos, 46 eram gêmeos. A jornalista Olivia Lichtenstein fez um documentário, “The Twins of the Twin Towers” produzido e realizado pela BBC, onde irmãos sobreviventes relatam as suas histórias.



Alguns depoimentos aqui, no blog Vizinhos de Útero de Jemima Pompeu.




segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mais um blog


Vale a pena visitar este blog.


Engy's Place reúne um apanhado sobre os vários livros acerca da perda gestacional de gémeos.


Um ponto de vista pessoal, muito profundo e bem documentado. (em inglês)

domingo, 11 de setembro de 2011

musica de encantar



Dear little lad
Here's the story of my life
I lived on the moon (2x)
Grey flying snakes along
Mountains of destiny while
The three tailed moneys
Were drawing the stars
Light from the Sun and I
Hide myself on the dark side, alone
I've run so far
To find my way
Then I dream again.. alone

Dear little boy, listen
To voices of your soul
It showed you the way of
Silence and peace
Follow your thought and fly
Choosing all the things that you desire
Giant waves, fireflies..
Your dream will be your only shell
Your secrets, your hiding place, my son
Don't let them try
To crush your brain

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Programa sobre gémeos na BBC

Está a decorrer na BBC, 15 minutos por dia durante esta semana, uma série de cinco programas sobre gémeos. (http://www.bbc.co.uk/iplayer/console/b0145x7w).

No episódio de hoje, o segundo dos cinco, Edi Stark observa os sentimentos dos gémeos que perdem o seu irmão ou irmã gémeo/a, para muitos o companheiro ideal. Como lidam os gémeos sobreviventes com a morte dos seus irmãos?

Algumas citações:
"Como poderia eu existir sem ela? É que eu não sou uma pessoa singular... Eu não fui concebida para viver sem a minha irmã gémea idêntica... Sinto arrepios só de pôr a hipótese... é como um pesadelo, um verdadeiro pesadelo... " (gémea que não perdeu a irmã)

"Quando o nosso gémeo morre temos que reconstruir a nossa vida, temos que reconstruir a nossa identidade."(irmão gémeo faleceu já adulto)

"Eu penso que nunca voltamos a estar tão próximo de alguém na vida como quando estamos no útero materno. E com certeza que enquanto crescia, sempre senti a minha gémea como uma parte de mim próprio, sempre comigo." (irmã gémea morta à nascença)

"A morte é um tabu para irmãos gémeos!"

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Sabedoria de Fernando Pessoa

Em jeito de resposta ao post anterior aqui fica a sabedoria do mestre Pessoa:


Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.


Fernando Pessoa

"Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como
heterónimos, objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro
irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um "drama em gente"." sic

sábado, 30 de julho de 2011

Ainda Florbela Espanca

Diz José Regis, num estudo de 1952: “Embora fazendo sonetos de amor até ao fim, e não obstante a feminilidade que já vimos dar tom ao seu narcisismo, lembremo-nos, continuemos a lembrar-nos que Florbela gosta demasiado de si mesma, comprazendo-se em cantar “os leves arabescos” do seu corpo, a sua “pele de âmbar” os seu “olhos garços”, sobretudo as suas mãos que tanto veste de imagens. Pormenor impressionante: O que em si própria mais parece agradar-lhe – as mãos e os olhos – é o que também mais canta no amante amado. Dir-se-ia que ainda nele se espelha e se procura. E sem dúvida poderemos pensar que, em vários de seus sonetos considerados de amor, ela é que é o verdadeiro motivo; e o pretenso amado um pretexto."

AMAR
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém
!
(...)


E José Régis acrescenta ainda: "(...) Nem o Deus que viesse ama-la, sendo um Deus, lograria satisfazer a sua ansiedade(...)"

Florbela viveu, atormentada pela culpa, à procura de si própria...

Minha Culpa
Sei la’! Sei la’! Eu sei la’ bem
Quem sou? Um fogo-fatuo, uma miragem…
Sou um reflexo… um canto de paisagem
Ou apenas cenario! Um vaivem

Como a sorte: hoje aqui, depois alem!
Sei la’ quem sou? Sei la’! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei la’ quem!…

Sou um verme que um dia quis ser astro…
Uma estatua truncada de alabastro..
Uma chaga sangrenta do Senhor…

Sei la’ quem sou?! Sei la’! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador…



...e ao mesmo tempo à procura do Outro que, em vão, ansiava por (voltar a) sentir...

FRÉMITO DO MEU CORPO A PROCURAR-TE

Frémito do meu corpo a procurar-te,
Febre das minhas mãos na tua pele
Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doído anseio dos meus braços a abraçar-te,

Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargor de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!

E vejo-te tão longe! Sinto tua alma
Junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que não me amas...

E o meu coração que tu não sentes,
Vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre um mar de chamas...

Florbela Espanca

"A poesia de Florbela Espanca, Vila Viçosa, 1894-1930, caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. "

QUEM?

Não sei quem és. Já não te vejo bem...
E ouço-me dizer (ai, tanta vez!...)
Sonho que um outro sonho me desfez?
Fantasma de que amor? Sombra de quem?

Névoa? Quimera? Fumo? Donde vem?...
Não sei se tu, amor, assim me vês!...
Nossos olhos não são nossos, talvez...
Assim, tu não és tu! Não és ninguém!...

És tudo e não és nada... És a desgraça...
És quem nem sequer vejo; és um que passa...
És sorriso de Deus que não mereço...

És aquele que vive e que morreu...
És aquele que é quase um outro eu...
És aquele que nem sequer conheço...

in "A Mensageira das Violetas"
(ver também inefável memória)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ilusão

Ilusão significa:
1. Engano dos sentidos ou pensamento.
2. O que se nos afigura ser o que não é.
3. Quimera.
4. Esperança irrealizável.

Todos estes diferentes significados de ILUSÃO podem estar presentes na vida de sobreviventes de gestações gemelares ou múltiplas, vivemos um "filme" que se repete constantemente. Althea Hayton chama-lhe o "sonho do ventre" e diz: "É necessário acordar do sonho do ventre para a vida agora. Só existimos agora, já somos adultos, o passado já não existe!"

Mas este acordar é tão difícil!!!

Há uma necessidade imperativa de preservar aquela história, aquela dor, aquele padrão de relação, aqueles sentimentos, pois inconscientemente é deste modo que nos sentimos perto do nosso tão saudoso companheiro inicial.
E quanto mais rejeitamos o que sentimos, quanto mais resistimos à ILUSÃO, mais esse "filme" insiste em repetir-se na nossa vida! É como uma teimosia ferrenha que não nos permite a libertação daquele susto original.

O que parece ser ILUSÃO não é um engano dos sentidos ou pensamento, não é o que se nos afigura ser e não é, não é uma Quimera... é simplesmente a vivência pré-natal projetada no momento atual. E é, isso sim, parte de uma esperança irrealizável...

Reconhecer, aceitar e VIVER PROFUNDAMENTE a nossa ILUSÃO, não como percepção errada da realidade, mas SIM como uma interpretação exatamente correta no presente do que nos aconteceu nos primórdios da nossa aventura de vida, pode representar um bom passo no sentido da integração e da cura desse terrível "acidente inicial".

Dicas:
Auto-confiança - tudo o que sinto faz sentido, tanto os sentimentos agradáveis e bons como os assustadores e maus.
Amor-próprio - sou suficiente assim como sou, sou vulnerável e merecedor de toda a felicidade do mundo.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Conferência anual Womb Twin, Londres/2011



Vai realizar-se mais uma vez o encontro anual da Associação Wombtwin.com. Para participar basta ir ao site e fazer a inscrição on-line. Vale a pena conhecer pessoalmente as pessoas que connosco partilham das mesmas vivências e sensações!

domingo, 12 de junho de 2011

Cansaço



Por trás do espelho quem está
De olhos fixados no meus?
Alguém que passou por cá
E seguiu ao Deus dará
Deixando os olhos nos meus.

Quem dorme na minha cama
E tenta sonhar meus sonhos?
Alguém morreu nesta cama
E lá de longe me chama
Misturado nos meus sonhos.

Tudo o que faço ou não faço
Outros fizeram assim
Daí este meu cansaço
De sentir que quanto faço
Não é feito só por mim.

Autor:Luís de Macedo

segunda-feira, 6 de junho de 2011

o vazio é insuportável



Na vida adulta o gémeo singular procura repetidamente situações que lhe façam recordar aquele estado de sofrimento que ele tem guardado na sua mais recôndita memória: a sensação de vazio e de falta, aqui tão bem descrita nesta música sobre a "falta de ar". Como se a ausência do Outro conduzisse à impossibilidade física de viver.

E é surpreendente esta letra:



  • ela duvida se morrerá antes de acordar, por tê-lo perdido;

  • sem ter querido partir, o coração do OUTRO pára, deixa de bater...

  • o OUTRO sente-se igualmente só, sem saber como fazê-la entender isso...

  • ela sente-se SÓ por estar apenas consigo...

  • o mundo deles gira à volta um do outro...

  • eles estão nas águas profundas...

  • sem o OUTRO ela não consegue respirar...

  • ele flutua até ela, não existe força da gravidade...

  • e, no final, para seu espanto, mesmo sozinha, ela continua viva por dentro; ela sobrevive apesar de aparentemente não conseguir respirar...

hmmm...
:-)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

3º Aniversário



Eu
Salomé
Alma Gémea de ti
Sebastião José
Siameses
Separados
Soltos
Sós
Sempre



Poema dedicado a um amigo do coração,escrito em 1987, para comemorar o 3º aniversário deste blog que se celebra hoje.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Luto



O let me weep, for ever weep,
My Eyes no more shall welcome Sleep;
I'll hide me from the sight of Day,
And sigh, and sigh my Soul away.
She's gone, she's gone, her loss deplore;
And I shall never see her more.

Oh deixem-me chorar para sempre,
Os meus olhos não quererão mais dormir;
Eu me esconderei da vista do dia,
E suspiro, e suspiro a minha alma até ao fim.
Ela partiu, ela partiu, lamentável perda;
E eu nunca mais a verei.

sexta-feira, 18 de março de 2011

O Principezinho

“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos”. Diz a raposa ao Principezinho. A história O Principezinho foi escrita por um homem, Antoine de Saint- Exupéry que, desde criança, nunca se sentiu compreendido. Em pequeno o seu maior desejo era poder voar. Quando cresceu tornou-se aviador, voava por cima de montes e vales, oceanos e desertos; ele queria ver os problemas dos homens de cima, de uma perspectiva diferente; e foi no ar que desapareceu para sempre. A partir desta perspectiva do alto o escritor criou uma das obras literárias mais divulgadas da história: "O Principezinho", foi traduzido para mais de 200 línguas e dialectos diferentes, tendo tido centenas de edições, em livro, em banda desenhada e em filme. A história conta as aventuras de um rapazinho que, vindo de um planeta distante, aparece ao autor enquanto este tentava sobreviver a um grave acidente: encontrava-se perdido no deserto com o seu avião avariado. Este rapaz fala-lhe do que viveu e observou até encontrar o autor, da sua busca de compreender os adultos, e de entender qual a melhor maneira de proteger o seu planeta onde deixara a sua flor tão amada. Tendo encontrado o que procurava, o principezinho precisa de voltar para o seu planeta, optando pela morte para poder partir. No dia seguinte a ter sido picado mortalmente pela sua amiga serpente o autor é surpreendido pelo desaparecimento também do seu pequeno corpo. Profundamente tocado por aquele encontro, o autor relata uma despedida plena de emoção. A recordação do seu pequeno principe jamais o deixará... É uma história que fala do vínculo de amor e, essencialmente, de saudade.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Relato de um menino

Há pouco tempo uma amiga brasileira enviou-me este relato a propósito do que lhe contou o filho de uma amiga dela, de três anos:
"Naquele dia ele ficou dizendo que estava com saudades da Dália...
-Mas quem é Dália, filho?
- Minha prima.
-É? Filha de quem?
-Sua, mamãe. Ela era minha irmã. Ela morreu.
-É mesmo, filho? Quando?
-Quando eu era muito pequenininho. A gente brincava de ficar nadando no mar. Aí eu fui crescendo ela foi ficando pequenininha, bem velhinha e morreu. Agora ela mora dentro do meu coração, que nem a vovó."

terça-feira, 8 de março de 2011

Cumplicidade, amor e saudade

Jemima Pompeu, do blog "vizinhos de útero" fez este video para comemorar o primeiro aniversário do seu blog. São testemunhos de vários pares de gémeos sobre a sua relação gemelar. A cumplicidade, a proximidade a dificuldade na separação, o amor fraternal são temas recorrentes.


"Quando alguém perde um irmão gémeo não perde apenas o indivíduo que morreu, perde também aquele tipo de relação que, nunca poderá voltar a ter com mais ninguém, por muito que venha a amar outra pessoa." "Quando alguém perde um irmão gémeo, perde uma parte do que ele próprio é."



Obstacles: Stories of Twin Loss (Trailer 2) from Tim Labonte on Vimeo.

QUEM NÃO CHEGOU A CONHECER O SEU IRMÃO OU IRMÃ GÉMEO NA VIDA DEPOIS DO NASCIMENTO, NASCE À PROCURA DESSE AMOR, DESSA CUMPLICIDADE... NASCE COM SAUDADES E Á PROCURA DE SI PRÓPRIO!

ver também o poema de Mário de Sá Carneiro

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Não me deixes...



Finalmente consigo ver
que estás mesmo aqui ao meu lado

Eu não me pertenço
porque eu fui re-criado

Por favor não desistas de mim
eu preciso desesperadamente de Ti

Eu não sou (m)eu próprio
eu fui re-feito

Por favor não me deixes
eu preciso desesperadamente de Ti

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"Eu é um outro"

Arthur Rimbaud, poeta francês do final do séc. XIX, chamado por Victor Hugo "o pequeno Shakespeare", escreveu a maior parte da sua obra entre os 15 e os 21 anos. Numa das sua cartas a Paul Demeny ele afirma: "Je est un autre", a propósito da definição de poeta. Também Fernando Pessoa, com todos os seus heterónimos nos descreve todos os outros que "ele era".

No seu poema "Mes petites amoureuses" (1871)(a tradução é minha, vale o que vale...) Rimbaud faz uma declaração de amor cheia de sadismo, ódio e mesmo repulsa para com aqueles seus amores que "tanto mal lhe fizeram"... e que nós poderíamos interpretar como os seus pequenos companheiros de início de vida que partiram contra sua vontade e o deixaram nesta agonia.









(ver aqui outro post sobre resentimento e raiva)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

"era bom, mas acabou-se"



ecografia 4D às 25 semanas; bebés com 28cm.