Womb Twin - Portugal

Gémeos singulares são pessoas que partilharam parte da sua vida intra-uterina (na maioria das vezes apenas umas semanas) com um ou mais irmãos ou irmãs gémeos idênticos ou fraternos que não chegaram a nascer. O segredo mais bem guardado até hoje é que o pequeno embrião já tem consciência, já guarda memória.

HAVERÁ PESSOAS GÉMEAS NASCIDAS SINGULARES QUE SOFREM TODA A SUA VIDA, COMO CONSEQUÊNCIA DESSA PERDA DO SEU COMPANHEIRO INICIAL?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

É urgente reconhecermos os sobreviventes de gravidezes originalmente gemelares -para bem tanto da sociedade em geral como dos próprios indivíduos sobreviventes.

A consciência da condição de gémeo sobrevivente (que, quando adquirida, de repente se torna numa explicação clara para o que antes não fazia sentido) é inversamente proporcional à dor sofrida por aqueles que perderam com quem em tempos dividiram o lar-útero; aqueles que não deviam ter de sofrer entregues à solidão dos seus corações por não haver por parte da sociedade o devido reconhecimento.

Lutar sozinho contra esta condição inefável é especialmente difícil quando de início o problema é estar-se sozinho!
Temos que ser o salmão que nada rio acima num mundo não-gémeos, que afinal o são em número cada vez menor.
Em vez de olhar para o lado e ignorar temos hoje que ser diligentes, reconhecer e responder a esta epidemia iminente de gémeos sobreviventes: o número de gémeos e múltiplos está a aumentar, também como consequência das concepções medicamente assistidas.
Os gémeos sobreviventes estão por todo o lado à nossa volta. Dia a dia reinterpretam a sua vivência intra-uterina - o seu sonho do ventre -... alguns poucos sabem-no e estão a conseguir ultrapassá-lo, outros sabendo-o não conseguem evitá-lo, mas a maioria não faz a menor ideia.

É lidando com a situação ao nível pessoal e também social que, num curto espaço de tempo, poderemos curar-nos, colocando esta primeira parte da nossa história no seu devido lugar.

Livres para viver a vida sem estarmos presos a uma fidelidade ao passado, que nunca existiu no aqui e agora, e felizes por saber que honrámos a verdade conforme ela se nos apresenta, poderemos então dar largas às qualidades que são realmente nossas e nos ligam a este mundo. Deveria ser assim: deixar ir, largar o facto de ter começado como gémeo, por ter sido explorado, entendido, reconhecido e honrado, por estar agora no seu devido lugar.

Aquilo a que resistimos persiste, e continuar a ignorar este dilema não é mais uma opção. Não podemos minorar a importância do luto por estes "outros" perdidos e não podemos dar-nos ao luxo de continuar a ignorar a nossa verdade interior.

Tradução do texto de apresentação escrito por Monica Hudson em http://wombtwin-us.blogspot.com/

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