quarta-feira, 24 de setembro de 2014
gémeos sobreviventes na poesia
Aqui fica um cheirinho do que foi o workshop no EABP / ISC Congress Lisbon 2014 / Congresso Internacional Lisboa 2014sobre como se relacionam Consigo, com os Outros ...e com o Mundo as pessoas que no início da sua gestação foram geradas como gémeas, mas que depois nascem sozinhas... Uma situação que não sendo rara e também é um aspeto importante do trabalho que realizamos na Maternura - Centro Infantil e de Apoio à Família.
(Todos os direitos das músicas que fazem parte deste vídeo pertencem ao respetivos autores.)
Participação no congresso da EABP 2014 em Lisboa
Estive no EABP / ISC Congress Lisbon 2014 / Congresso Internacional L...isboa 2014, onde apresentei um poster e um workshop com o tema: "sobrevivente de gestação gemelar nos relacionamentos; quando o corpo reencena memórias recônditas da vida pré-natal".
A presença num congresso de terapia psico-corporal de projeção internacional onde estiveram presentes mais de 500 participantes dos quatro cantos do mundo, só foi possível com a ajuda de muitos amigos da Maternura que, a partir da confiança e vontade de contribuir para a expansão do nosso projeto, colaboraram cada um com o valor que lhes foi possível.
Muito, muito obrigada!
A presença num congresso de terapia psico-corporal de projeção internacional onde estiveram presentes mais de 500 participantes dos quatro cantos do mundo, só foi possível com a ajuda de muitos amigos da Maternura que, a partir da confiança e vontade de contribuir para a expansão do nosso projeto, colaboraram cada um com o valor que lhes foi possível.
Muito, muito obrigada!
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Ajudar crianças gémeas solitárias (parte 3)
O
bebé tem competências de interação social logo a partir do seu nascimento. Ele
é um ser humano completo e ávido de comunicação, as suas emoções saem em
catadupa, facilmente, claramente, sem regras de conduta social e sem filtro.
A mãe deve ainda procurar informar-se acerca dos pormenores da ocorrência vivida pelo seu filho, assim como na generalidade, saber o que implica perder um irmão gémeo durante a gestação. Deste modo ela poderá entender melhor a criança, e fazer o seu próprio processo de luto.
O contato físico com o corpo da criança, nomeadamente o colo e o contacto pele com pele, são ainda de grande importância no apoio ao bebé gémeo solitário, porque o ajudam a adquirir mais consciência corporal e consequentemente mais consciência de si próprio. Ao tomar consciência dos próprios limites corporais, através do toque, ele reconhece-se enquanto ser distinto dos outros, aprende a distinguir o que ele é e o que ele não é e mais concretamente, aprende a separar-se do seu irmão falecido.
A criança vai crescer em confiança e segurança cada vez que alguém reconhecer que ela foi e é gémea.
À medida que o tempo passa a criança pode apresentar diferentes momentos de desespero, normalmente provocados por situações “gatilho” que a transportam ao trauma. Nestas situações é necessário estar-se de novo disponível de um modo amoroso para ouvir sem julgar nem impor soluções, sempre respeitando o seu próprio ritmo.
Reconhecer a gemelaridade da criança, isto é, reconhecer o facto de que ela foi e será sempre gémea, é ajudá-la a recuperar a confiança no amor e na vida.
Para
poder fazer o luto pelo seu irmão, para poder libertar-se da carga das emoções
relacionadas com a sua morte e poder entrar em contacto com o seu próprio Eu, o
bebé precisa, o mais cedo possível, que esses seus sentimentos sejam vistos por
quem ele ama.
Qualquer
ser humano, independentemente da sua idade, que esteja em choque precisa de uma
relação empática, segura, consequente e repleta de amor, para conseguir
sossegar a sua aflição.
A
mãe que não possa ou saiba acolher as emoções do seu bebé, que se sinta assustada
com o que ele expressa, ou que ignore os seus pedidos de ajuda, confunde-o. Numa
situação dessas ele sente-se frustrado e zangado por não ser visto e frequentemente
é aqui que começa a dificuldade de relacionamento com a mãe.
Assim, a figura materna deve estar preparada para ouvir e aceitar a verdade de tudo o que a criança precisar de exprimir. Ela precisará de todo o apoio do pai da criança e de outros familiares e amigos, de modo a estar disponível para cuidar de si própria na relação com o bebé. Ajudar a mãe a ter uma relação pacífica consigo própria é um modo de dar apoio à mãe e à criança para que possam criar mais facilmente um vínculo seguro entre si.
Assim, a figura materna deve estar preparada para ouvir e aceitar a verdade de tudo o que a criança precisar de exprimir. Ela precisará de todo o apoio do pai da criança e de outros familiares e amigos, de modo a estar disponível para cuidar de si própria na relação com o bebé. Ajudar a mãe a ter uma relação pacífica consigo própria é um modo de dar apoio à mãe e à criança para que possam criar mais facilmente um vínculo seguro entre si.
A mãe deve ainda procurar informar-se acerca dos pormenores da ocorrência vivida pelo seu filho, assim como na generalidade, saber o que implica perder um irmão gémeo durante a gestação. Deste modo ela poderá entender melhor a criança, e fazer o seu próprio processo de luto.
Paula
Diederichs, terapeuta psico-corporal que criou em Berlim três centros de
intervenção em crise com grávidas e bebés, afirma que frequentemente o sofrimento
emocional leva a criança a acumular altos níveis de adrenalina e grande tensão
muscular. Diederichs assegura que daí resultam muitas vezes bloqueios físicos
acompanhados de dores localizadas e que o trabalho corporal, na forma de massagens
e outras técnicas de toque, liberta os bloqueios do corpo, além de ajudar a
criança a alcançar gradualmente um estado de maior equilíbrio emocional interno
e serenidade.
O contato físico com o corpo da criança, nomeadamente o colo e o contacto pele com pele, são ainda de grande importância no apoio ao bebé gémeo solitário, porque o ajudam a adquirir mais consciência corporal e consequentemente mais consciência de si próprio. Ao tomar consciência dos próprios limites corporais, através do toque, ele reconhece-se enquanto ser distinto dos outros, aprende a distinguir o que ele é e o que ele não é e mais concretamente, aprende a separar-se do seu irmão falecido.
As
crianças mais velhas, que já falam, podem fornecer muitas pistas do que se
passa com elas, do que procuram, do que sentem, dos seus desejos e medos. É
preciso saber ouvi-las. Este é um exemplo de um relato de um menino de 3 anos:
"Naquele dia ele disse que
estava com saudades da Dália...
Mãe: Mas quem é Dália, filho?
Menino: A minha... prima.
Mãe: Filha de quem?
Menino: Sua, mãe. Ela era minha irmã. Ela morreu.
Mãe: A sério, filho? Quando?
Menino: Quando eu era muito pequenino. Nós brincávamos a nadar no mar. Depois eu fui crescendo e ela foi ficando pequenina, muito velhinha e depois morreu. Agora ela mora dentro do meu coração, como a avó. (A avó morrera pouco tempo antes e a mãe explicou à criança que agora ela morava no seu coração.)"
Mãe: Mas quem é Dália, filho?
Menino: A minha... prima.
Mãe: Filha de quem?
Menino: Sua, mãe. Ela era minha irmã. Ela morreu.
Mãe: A sério, filho? Quando?
Menino: Quando eu era muito pequenino. Nós brincávamos a nadar no mar. Depois eu fui crescendo e ela foi ficando pequenina, muito velhinha e depois morreu. Agora ela mora dentro do meu coração, como a avó. (A avó morrera pouco tempo antes e a mãe explicou à criança que agora ela morava no seu coração.)"
A
criança precisa do apoio da família, dos amigos, de terapeutas, de todos que
possam estar presentes com uma atitude empática, clara, sincera e coerente de
apoio.
Ela
anseia pelo reconhecimento do que interiormente perceciona e recorda,
procura entender-se, tenta processar mentalmente o que sente ao nível da sua
memória sensorial. É fundamental para o seu processo de validação de si mesma confiar no que ela diz e sente. A criança vai crescer em confiança e segurança cada vez que alguém reconhecer que ela foi e é gémea.
Conforme
o caso, poderá ajudar-se a criança a relatar a sua história. As
expressões artísticas, como a dança, a música, a pintura, a escultura, a
expressão musical, teatral são modos de dar forma aos sentimentos indizíveis,
ajudam a sondar o “insondável”. Dar um nome ao gémeo falecido, sentir se era
apenas um ou se eram mais que um, ter um boneco especial que o represente, tudo
isto é muito útil como modo de formalizar a sua existência.
À medida que o tempo passa a criança pode apresentar diferentes momentos de desespero, normalmente provocados por situações “gatilho” que a transportam ao trauma. Nestas situações é necessário estar-se de novo disponível de um modo amoroso para ouvir sem julgar nem impor soluções, sempre respeitando o seu próprio ritmo.
Reconhecer a gemelaridade da criança, isto é, reconhecer o facto de que ela foi e será sempre gémea, é ajudá-la a recuperar a confiança no amor e na vida.
Ajudar crianças gémeas solitárias (parte 2)
Informar
a criança por diversos meios e o mais cedo possível acerca da sua experiência
de perda pré-natal é crucial. Este é o relato de alguém que desde criança soube
que era gémeo solitário:
O
bebé gémeo solitário precisa de compaixão e respeito para com a sua dor e
aflição. Ele precisa que o adulto veja, receba e aceite o sofrimento que o
acompanha e caracteriza, tendo em conta que a expressão dessa pena pode ter
diversas manifestações. O pequeno ser humano ferido precisa de ser acolhido da maneira
que estiver, desesperado, assustado, apático, ansioso, insensível, hiperativo,
ausente, tenso, esteja ele como estiver a cada momento. Há uma razão de imenso
significado para ele estar como está: o seu amigo, o companheiro mais querido
partiu e nunca mais voltará. O bebé sobrevivente
necessita que os seus cuidadores reconheçam que esta sua história de amor,
morte e saudade está presente no seu dia-a-dia.
“Saber da existência da minha irmã
gémea dá-me um terreno onde pisar; canaliza uma obsessão; suaviza uma ferida
profunda, mas, é claro, não a cura; dá uma forma, uma identidade e uma
confirmação à luta que se trava dentro de mim; Revela-me aos meus próprios
sentimentos; dá-me um melhor amigo cá dentro.”
A
palavra é um importante recurso que serve a comunicação com a criança, mesmo
com um bebé de tenra idade. Toda a informação disponível acerca do que se
passou deve ser-lhe transmitida verbalmente num tom de voz tranquilo, sem
exageros nem menosprezos. Segundo Myriam Szejer, essas palavras dirigidas
diretamente ao bebé vão permitir-lhe organizar a sua perceção interna e dar-lhe
um significado.
O
culto dos gémeos dos Yorubas, em África, onde nasce um grande número de gémeos,
dita que a alma dos gémeos é indivisível. Assim, se uma das crianças morre eles
materializam um substituto para a criança na forma de uma pequena figura de
madeira – um ibeji. Essa figura é
vestida, enfeitada com joias, lavada e untada com óleos, e tratada do mesmo
modo que a criança viva, sendo mesmo colocada ao peito. Quando já é mais
crescida, a criança sobrevivente passa a carregar a sua "outra
metade" ao pescoço ou à cintura. Esta tradição africana mostra como toda a
sociedade reconhece e valida os sentimentos de perda do gémeo solitário de modo
a ajudá-lo a reconciliar-se com a sua dor e a fazer o luto com consciência.
Toda a sociedade se conjuga para lhe fazer ver que o seu irmão gémeo existiu mas
morreu cedo.
A relação gemelar embrionária
Segundo a psicologia pré-natal, o pequeno embrião
humano tem, desde o início, consciência e a capacidade de gerir emoções. Pode
observar-se, a partir de diversos estudos e investigações realizados nesta área,
nomeadamente por Joanna Wilheim de São Paulo (psicanalista que desde os anos 80
observa o síndrome do gémeo perdido), que o embrião é um ser dotado de
inteligência, isto é, capacidade de se adaptar a situações novas, entendendo e aprendendo com o que
vive. Todos
nós guardamos na nossa memória sensorial uma recordação viva do que se passou
quando estávamos no ventre materno, de como foi o nosso nascimento e de como
passámos os nossos primeiros meses de vida. Estas memórias definem o modo como
percecionamos a realidade e influenciam-nos nas nossas opções de vida.
Os
bebés trazem para o mundo de após o nascimento a referência da sua experiencia
pré-natal de fusão com a mãe, assim como de tudo aquilo que vivenciaram no
mundo intrauterino, onde eram totalmente contidos e nutridos. Esses dois mundos,
de antes e de depois do nascimento, serão ligados tanto mais harmoniosamente
quanto maior for a qualidade da relação físico-emocional da unidade mãe-bebé. Desde
Mary Ainsworth, com as teorias de vinculação, se sabe que uma boa experiência
de vinculação com a figura materna é absolutamente necessária para o saudável crescimento
emocional e psicológico do ser humano. A individualidade psíquica do bebé é
formada através dos cuidados maternos e do toque cheio de afeto. O poder das
mãos é incontestável, o tato dissolve as tensões e é conforto necessário para
que o pequeno ser se sinta amado e protegido.
Mãe
e bebé não são apenas dois indivíduos distintos mas também uma unidade de dois
seres interrelacionados. O que afeta um afeta o outro, e o que é bom para um é
bom para o outro. Além desta vivência de fusão com a mãe, o trabalho dos
últimos 50 anos do obstetra francês Michel Odent atesta que as experiências
positivas vividas durante o parto assim como na fase imediatamente após o
nascimento contribuem em grande medida para que a criança nasça confiante e
inteira para o mundo, capacitada para amar e se desenvolver de modo equilibrado.
A criança recebida com amor e respeito tende a oferecer ao mundo as suas
qualidades, enquanto a criança mal recebida possivelmente passará a vida a
tentar aliviar essa dor.
No início, logo após a conceção, o futuro ser é vibrante, decidido a
crescer e repleto de energia vital. Nesta fase ele possui uma confiança
fundamental e absoluta na Vida que o impele a vingar e prosperar. Com essa
certeza vem também um conhecimento interior e arcaico do que necessita para ser
equilibrado e feliz.
Numa gravidez de gémeos ou múltiplos cada um dos indivíduos se identifica com o seu
irmão ou irmãos, isto é, não conhece o “eu” sem o “nós”. Cada um tem a sensação de ser uma
parte de um todo maior: essa é a sua noção original de equilíbrio e felicidade.
Segundo Nancy Greenfield de Ojai, EUA, a relação gemelar embrionária tem o mesmo nível de intimidade que uma
relação de gémeos após o nascimento e durante outros períodos da vida. A perda
de um dos gémeos, independentemente da idade em que ocorra essa morte, pode
deixar no sobrevivente marcas para toda a vida. Essas marcas variam e podem
afetar a forma como o gémeo sobrevivente se sente a si próprio, incluindo
questões de autoestima, o sentimento de que a vida é um caminho seguro ou
inseguro, como sente os relacionamentos e se acredita na possibilidade de serem
estáveis ou não, assim como outras crenças, expectativas e perceções sobre a
sua experiência de vida, afirma Greenfield.
Ajudar crianças gémeas solitárias (1ª parte)
Do que necessitam os bebés dos quais se sabe ou suspeita que são gémeos
solitários?
Começamos
por questionar-nos como se sente alguém que presencia a morte de um familiar muito
próximo e querido. E como se sente essa pessoa se nas semanas e meses seguintes
ninguém mais mencionar o sucedido? Se, apesar dos seus imensos esforços para relatar
como se sente e o que aconteceu, ninguém a entender? Como se sente essa pessoa
se, para além disso, tentarem desviar a sua atenção para outras coisas,
porventura “lindas”, para outros acontecimentos aparentemente
"fantásticos", sem antes ter sido reconhecidos e validados a dor que
ela traz no peito, a confusão e o sofrimento com que ela se debate?
É
preciso conhecer o gémeo solitário adulto para poder saber como lidar com o bebé.
Estas
pessoas perderam alguém que fez parte da sua vida e com quem tiveram um
relacionamento especial e único, mesmo que tenha sido apenas durante as
primeiras semanas de vida intrauterina. Em geral os sentimentos observados em
gémeos solitários são: sensação de ser diferente dos outros, confusão em
relação à sua identidade ou à identidade sexual, tristeza insondável,
sentimentos de culpa, grande falta de autoestima, solidão, sensação de falta e
incompletude, falta de energia de vida alternando com energia a mais, raiva ou
ressentimento, medos inexplicáveis, atração pela morte e dificuldades nos
relacionamentos. Persiste na pessoa desde o seu nascimento uma sensação
insondável de que algo ou alguém falta e que algo dramático aconteceu.
Althea
Hayton, fundadora da associação Wombtwin.com em Londres, afirma que o gémeo
solitário procura durante toda a sua vida reinterpretar ou preservar o que
viveu no ventre materno: a história da relação com o seu irmão gémeo. E diz
ainda Hayton que ele não olhará a meios, recorrerá a todo o tipo de fantasias e
ilusões no sentido de recriar essa sensação em si, a custo de muito sofrimento
pessoal. Apesar de presente em determinado nível da consciência, na maioria dos
casos a memória da perda é insondável e incompreensível, o que dá origem à
muito referida sensação de ser diferente e de haver algo de errado em si. A
impossibilidade de entender o que provoca o sofrimento é uma das maiores causas
de angústia.
A
criança que sabemos que foi gémea e perdeu o seu irmão ou irmãos necessitará daquilo
de que sente falta o adulto, isto é, de ser vista e aceite como é, de ser
validada no que sente, de ser tratada com respeito apesar das suas diferenças e
especificidades. Ao receber estes cuidados em criança ela poderá recuperar a
autoconfiança e a autoestima perdidas. É deste modo que poderá entender que não
há nada de errado consigo.
quarta-feira, 20 de março de 2013
Pablo Neruda - Saudade
Saudade
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos magoa,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos magoa,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda
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